

Dezenas de metroviárias de oito estados brasileiros se reuniram em Guarulhos (SP), para participar do 3º Encontro Nacional da Mulher Metroviária, realizado durante os dias 08 e 09 de abril.Durante dois dias foram colocados em discussão os problemas enfrentados pelas mulheres no mundo do trabalho e na sociedade, como a discriminação, a violência física e psicológica, a dupla jornada, os baixos salários e a falta da igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. A cerimônia de abertura do encontro, promovido pela Fenametro, contou com a presença do presidente da entidade, Wagner Fajardo, Lúcia Felisbino e Sandra Claver, vice-presidente e secretária-geral, respectivamente.Na primeira mesa, realizada após a abertura, foram abordadas questões de gênero, raça e orientação sexual: com Sonia Coelho da Equipe SOF, Neuza Titto, mestre em educação e trabalho, e Rita Quadros da Associação Educativa Tecer Direito (AETD).Durante a palestra, a discriminação enfrentada pelas mulheres no ambiente de trabalho e a dificuldade referente às responsabilidades com casa, marido e filhos, que dificultam participação feminina dentro da política e do movimento sindical, foi o tema principal.As especialistas alertaram para essa que é uma subordinação histórica, intrínseca no pensamento da sociedade culturalmente machista. Agravado pelo problema da discriminação de raça e sexo. A mulher pobre e negra vê multiplicada as ações discriminatórias contra si tanto dentro do ambiente de trabalho como na sociedade. Dependendo, portanto, da participação feminina dentro de sindicatos e centrais sindicais, para a reversão desse quadro. No período da tarde, as metroviárias tiveram a oportunidade de participar de um debate sobre violência, a saúde da mulher no espaço privado e público, com a Drª Fátima Duarte, especialista na área.Outros temas abordados foram as delegacias da mulher e seu precário funcionamento (horário comercial), a Lei Maria da Penha - alvo de ataques no congresso e o problema da violência doméstica e social. Para a especialista, as mulheres que cometem suicídio na maioria das vezes não pretendem se livrar de sua vida, e sim de dificuldades enfrentadas no cotidiano, como violência física e psicológica, assédio moral e sexual, entre outros.No decorrer da palestra, as delegadas compartilharam as experiências vividas dentro da categoria e dos sindicatos, que ainda mantêm uma postura discriminatória e machista. A grande maioria ainda encontra muitas dificuldades para participar de atividades e do dia a dia das entidades. O desempenho de diversos papéis, que as obriga a cumprir dupla jornada, aliado à falta de espaço destinado a participação feminina dentro do movimento sindical, agrava esse quadro. As mulheres na política e no poder, assim como a igualdade de direitos foi o tema da mesa A Reforma Eleitoral e a Mulher no Poder ministrado por Olívia Rangel, jornalista e presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM) e a advogada, Amelinha. Olivia Rangel expôs o cenário discriminatório que as mulheres têm que enfrentar para chegar ao poder ou obter o mesmo espaço que os homens na política. Ela lembrou que a participação feminina na política e na tomada de decisões na sociedade ainda é pequena, e que a qualificação e o estudo são fundamentais. “Os homens são suficientemente lúcidos para não abrirem mão do poder”, citou a presidente da UBM a frase usada por um homem à época da proclamação da Constituição Americana.
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