quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Obras do Veículo Leve sobre Trilhos pode ser prejudicada pelo escândalo do mensalão

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Agência que vai financiar 50% da obra pediu revisão do contrato. Uma das cláusulas condicionava a liberação do dinheiro à ausência de processos na justiça contra os gestores. O escândalo do mensalão pode parar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que vai cortar a Avenida W3. O secretário de Transportes Alberto Fraga confirmou hoje (21) que o contrato com a Agência Francesa de Desenvolvimento está sendo revisto. A agência, que vai financiar 50% da obra, orçada em R$ 700 milhões, exigiu mudanças no texto da lei que fala sobre corrupção. Fraga disse que a agência quer mudanças para assinar o contrato no começo do próximo mês. Uma das cláusulas condicionava a liberação do dinheiro à ausência de processos na justiça contra os gestores. No novo texto, o agente público deve ser o GDF. O secretário também afirmou que o Banco do Brasil parou de negociar o empréstimo para a compra dos carros depois que o escândalo estourou. “O Banco do Brasil retardou um pouco qualquer tipo de negociação. Eu não sei se é por causa das denúncias, mas o fato é que deu uma esfriada nas negociações”, diz o secretário de Transportes Alberto Fraga. Outro empréstimo no valor de R$ 120 milhões já contratado com o Bird, o Banco Mundial, está comprometido. De acordo com o secretário de Transportes, a primeira parcela que seria paga no começo deste mês foi suspensa; e uma missão do banco está vindo a Brasília para fazer novas negociações. A secretaria seria uma das beneficiadas com R$ 30 milhões. Antes da Polícia Federal desvendar o esquema de corrupção no GDF, a Controladoria Geral da União já havia identificado irregularidades em obras e ações do governo no período 2008-2009. Na obra do metrô, os fiscais constataram uma diferença de 125% entre os preços praticados e os previstos no orçamento, o que resultou em um aumento de custo de R$ 11,7 milhões. Nas obras da BR-020, entre Sobradinho e Formosa, a diferença foi de 76%. Prejuízo de R$ 5 milhões. Na duplicação e restauração da BR-060, na divisa com Goiás, a auditoria identificou um prejuízo de R$ 1,76 milhão em pagamentos por serviços que não foram prestados. Já em obras da BR-450, serviços que não estavam previstos no contrato geraram um custo extra de R$ 480 mil. Os auditores também constataram irregularidades no Bolsa Família. Duplicidade de dependentes no cadastro de 1.092 famílias, falta de treinamento dos funcionários e pagamento a beneficiários que já morreram. Em outro convênio, a Secretaria de Agricultura contratou uma empresa de treinamento por valor superior ao previsto no plano de trabalho. A secretaria também não apresentou a lista dos participantes. Sobre o empréstimo do Bird, a Secretaria de Planejamento confirmou que não recebeu a primeira parcela, mas negou a vinda de uma missão especial para tratar do assunto. Já o Banco Mundial respondeu que o atraso no repasse não tem qualquer relação com o escândalo do mensalão, e que a vinda de técnicos a Brasília é normal e faz parte da rotina. A equipe de reportagem do DFTV não conseguiu contato com a Agência Francesa de Desenvolvimento, nem uma resposta do Banco do Brasil.

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