No metrô de São Paulo, um trabalho de manutenção desenvolvido a cada 20 anos tem sido tocado por homens e por máquinas estranhas. Veja na reportagem de César Menezes. Acontece todas as noites no metrô de São Paulo. Basta as estações ficarem vazias que ele aparece. Aproxima-se dos trilhos e começa. O poder de sucção é tremendo. Pedras desaparecem como se fossem grãos de poeira. Em pouco tempo, resta apenas um buraco debaixo dos dormentes. "Eu fiquei até com medo de sugar a perna. Trabalha bastante. Mas é seguro”, conta a ajudante Jair Costa Ferreira. O sugador é uma máquina de R$ 9 milhões e 54 metros de cumprimento que renova a base das linhas do metrô. s ferrovias são construídas em cima de uma caixa de brita, que serve de amortecedor. Quando o trem passa, com 17 toneladas de peso sobre cada eixo, a trepidação se espalha pelas pedras e não volta para os vagões. O problema é que de tanto baterem umas contra as outras, as pedras se desgastam e soltam um pó que a água da chuva leva para o fundo e transforma numa camada compacta que atrapalha a absorção do impacto. Depois 25 anos, toda essa grande almofada de brita precisa ser trocada. “Com a via ficando mais dura, o trem começa a ter alguns efeitos de, por exemplo, afrouxar parafusos. Trepidações começam a movimentar placas internas. Tudo isso reflete num desconforto direto para o usuário", explica Nelson Alonso, coordenador de manutenção. O trabalho era feito manualmente, um serviço pesado que precisava de 30 pessoas. Com o sugador, bastam sete e a metade do tempo. E a máquina ainda leva embora a brita antiga. Aí é só jogar a nova, bater um pouco para ela assentar e o caminho está novo e confortável quem cruza São Paulo de metrô.
Fonte: Jornal Nacional

Nenhum comentário:
Postar um comentário